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E, SE FOSSE DIFERENTE?

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QUAL É O CRIME DE JULIAN ASSANGE

A extradição de Julian Assange, assinada hoje pela Ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, é mais um exemplo do que significa o império de Elizabeth II por 70 anos, um jubileu de platina, que termina com a sentença de morte certa do jornalista australiano, criador do Wikileakes . Os documentos publicados pelo Wikileaks, em seu site, denúncias anônimas e documentos vazados, com conteúdo sensível em assuntos de interesse público, e sempre preservando o anonimato de suas fontes, tratavam de questões relacionadas às barbaridades cometidas nas guerras desencadeadas pelos Estados Unidos e seus aliados contra o Afeganistão, Iraque, entre muitas outras questões, como a manipulação do impeachment da presidente do Brasil, Dilma Roussef, apoiada por seu vice-presidente Michel Temer. Vale lembrar que não estamos no século 19, quando o Reino Unido fez o Tratado de Nanquim, assumindo o controle de Hong Kong. Nem antes da guerra do ópio, escravidão em suas colônias, com destaque para a

CHOQUE E TERROR SERÃO O FUTURO DA POLÍTICA

Sem exageros de otimismo creio num futuro melhor, e luto por ele

AMORES NO PARQUE GUINLE

        Rua das Laranjeiras, Rio de Janeiro Verde oliva, verde petróleo, verde limão capim da estrada, verde cor de esperanças, verde eternamente verde. Entre o verde exuberante da Mata Atlântica recortada pelas águas barrentas que dividem o Estado de Minas, do Estado do Rio Janeiro, na remota aldeia dos índios Puris, rotado ouro, dos tropeiros chegados da corte seduzidos pelos minerais preciosos; hoje, com Catedral, estação ferroviária, cinemas, escolas, museu, academias, o envelhecido hospital  resistindo reconstruído, destruído em pequenos lapsos de tempo, elementos indispensáveis para crescer e multiplicar a cidade. A religião, o poder e o conhecimento. Como Macondo – de um Cem anos de solidão, reproduz as mesmas e infindáveis estórias dentro da história. O Coronel Político, o médico, que viu todos os nascimentos, prescreveu medicamentos idênticos, a rapariga que foi entregue na manhã seguinte, pós a grande festa do casamento porque virgem não era, a louca cujos cabelos acinzentar

QUE VAS HACER ESTA NOCHE?

  Rua Waldemar Falcão, 16 - Barra da Tijuca Havana se você bobear dorme todos os dias na madrugada, acorda cedo, trabalha todo o dia, vai a universidade fazer o mestrado, lê de pé nas guagas, chega. Num piscar de olhos encontra a agenda. Caramba, reunião na casa do Conselheiro Comercial da Embaixada do México compartir uma noite sui generis. Curtir as fotos e slides da antártica. Descanso merecido e original. De relance senti um olhar insistente. Outro e mais outro. Ciceroneava Roberto recém na ilha desde Paris. Um passeio, àquele jantar, idas à praia um namoro de férias julina, tudo por uma crise amorosa com o trovador. Será? - Preste atenção na tela. Roberto inquieto virava de posição inquieto. Conhece o rapaz à sua esquerda? - Nunca vi. - Deselegante. Não tira os olhos daqui. - Estará interessado na beleza, na aparência. Com toda está elegância que lhe é peculiar chama atenção. Quem sabe? - Aucune arnaque. -Je ne suis pas De regresso, um carro emparelhava, arriscando trocar palav

VAYA CASUALIDAD

Rua do Ferragial, 33 - Lisboa As madeiras falavam anunciando seus passos no corredor. Interessante, como conversam, anunciam chegadas, reclamam de pisadas fortes. Costumam dizer ser o sol o culpado. Madeiras rangem, não duvidem pura  energia solar.  Realíssimo. Simplesmente seus passos.  Só ela provocava tanto reboliço, nos corações e nas madeiras. Bobagem de criança argumentava vovó enquanto rodopiava em círculos, retângulos, quadriláteros atrás da, gordinha de cabelos brancos que ouvia pacientemente  essas histórias.   Atirava -me de supetão, aconchegava  entre seus braços disputando com a irmã mais  nova  todos  os carinhos. Caia aos prantos, quando o via engravatado de saída para o trabalho. Inventava pretextos para postergar a saída.     Machuquei o dedo na porta.     Pode colocar o laço no meu cabelo?     Acho que quero um copo de leite. Inútil. Trabalhar é preciso. Velozes como raios as estações dançavam em redor do sol derramando um colorido de miosótis, gerânios, flamboyants

FIQUE EM CASA

  Rua Visconde de Pirajá,  550  - Rio de Janeiro Para Dr. Bruno Celoria    Que classe de luz!Vontade de permanecer ali, de curtir cada ruela a do queijo da Serra da Estrela no  Príncipe Real, na véspera do regresso, de perder o olhar no Tejo  confundindo-se com o Atlântico palco de tantas histórias. Viver é um ir e vir de intermináveis surpresas.  O Brasil  misto da  nostalgia dos fados, do cantar sofrido de alegrar senzalas, do batuque dos yorubás continente diverso dentro do continente sul - americano , o ocidente profundo é minha próxima parada.  Calor de quarenta e sete graus marcava o relógio quando aterrissamos no Rio de Janeiro, afogada em  tarefas urgentes.  O carnaval aportou antes da hora, mil blocos, muita alegria, muito amor, muita adrenalina. Um explosão de  sons, de gentes celebrando a felicidade. Perder a Banda de Ipanema nem de longe - a saudade do Albino Pinheiro, que teve coragem de enfrentar a ditadura e sair em Ipanema para denunciar nosso país viole

ENTRE CAPIM LIMÃO E BRACHIARIAS

  Entre Capim Limão e Brachiárias   Cheguei uma hora antes. Coisas de engenharia de trânsito. Sair na hora viável atrasa, se antes corre o risco de adiantar tanto como uma hora de antecedência, por exemplo. Assim foi. Evaldo sai da sala e depara comigo adiantadissssssssima. Um abraço feliz, perguntas sobre a família, esposa. O corriqueiro agradável. - Aqui de volta. Faz um ano de toda aquela loucura. Hora de novos exames - brinquei - Certo – argumentou tranquilo. O calor está insuportável. Não chove, a plantação padece. O capim fica todo calcinado, o gado sofre.  - No interior também a seca está castigando dessa maneira? - E, como? Sorte minha ter um caseiro boa gente, preocupado cuidadoso, que aprendeu a importância da terra, da preservação da água, do cuidado com o solo. Da necessidade de alternar o capim para fertilizar a terra. Errei algumas vezes, mas apostei na solidariedade. Mulher e sete filhos.  Tomei como meta três situações: pre

QUE VAS HACER ESTA NOCHE?

Havana se você bobear dorme todos os dias na madrugada, acorda cedo, trabalha todo o dia, vai a universidade fazer o mestrado, lê de pé nas guagas, chega. Num piscar de olhos encontra a agenda. Caramba, reunião na casa do Conselheiro Comercial da Embaixada do México compartir uma noite sui generis. Curtir as fotos e slides da antártica. Descanso merecido e original. De relance senti um olhar insistente. Outro e mais outro. Ciceroneava Roberto recém na ilha desde Paris. Um passeio, àquele jantar, idas à praia um namoro de férias julina, tudo por uma crise amorosa com o trovador. Será? - Preste atenção na tela. Roberto inquieto virava de posição inquieto. Conhece o rapaz à sua esquerda? - Nunca vi. - Deselegante. Não tira os olhos daqui. - Estará interessado na beleza, na aparência. Com toda está elegância que lhe é peculiar chama atenção. Quem sabe? - Aucune arnaque. -Je ne suis pas De regresso, um carro emparelhava, arriscando trocar palavras em pleno trânsito - Telefone - um gesto mun

AMORES IMPERECIVÉIS

  SAUDADE NÃO TEM TRADUÇÃO MESMO   Atirava -me de supetão, aconchegava    entre seus braços disputando com a irmã mais  nova  todos  os carinhos. Caia aos prantos, quando o via engravatado de saída para o trabalho. Pegava qualquer coisa a minha pela frente, corria   das mãos  na  tentativa de contar com o   tempo conivente dos meus anseios ,permitisse descobrir o misterioso escritório. Não sabia onde, nem como. Somente, que a noite muitas vezes batia à porta, antes que seus passos fossem ouvidos cruzando o corredor. Não raro um chiado tomava conta do meu peito perdendo horas e dias de diversão. Se não eram de chuva ou nublados, as compressas quentes eram substituídas por brincadeiras como aquelas cócegas de matar qualquer um de tantos risos. Eram os instantes em que o mundo borrifava ternura caminhando de mãos dadas com a felicidade.  Eu era feliz.  Erámos felizes.   Velozes como raios as estações dançavam em redor do sol derramando um colorido de miosótis, ge

SEMPRE NOSSO COMANDANTE

  Quando o Comandante Fidel Castro completou 80 anos, o homenageamos com um grande concerto na Tribuna Anti-imperialista, com artistas nacionais e estrangeiros. Vira e mexe o celular de sua assessora tocava, ele, inquieto como sempre, queria saber se havia alguma novidade, embora estivesse assistindo a tudo ao vivo pela TV, pois se recuperava de uma cirurgia. Nós comemorávamos sua vida. Na verdade, ele era o único que faltava na Tribuna. Fotos e abraços. Cantávamos alegremente, entre tantos amigos de várias partes do mundo. François Houtart tentava cantar uma canção. Abel Prieto, então Ministro da Cultura, brilhante, com sua graça   Pinharenha nos encantava. “Um dia, não muito longe, todos aprenderemos o hino de Pinar del Rio”, dizia-nos, e pensei, não tenho dúvidas. Naquela noite, chegamos à conclusão de que seu legado não enquadra com o conceito de que o futuro é uma velha idéia. Com sua determinação deu aos cubanos a consciência pelo conhecimento, de que é impossível mudar a