A extradição de Julian Assange, assinada hoje pela Ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, é mais um exemplo do que significa o império de Elizabeth II por 70 anos, um jubileu de platina, que termina com a sentença de morte certa do jornalista australiano, criador do Wikileakes .
Os documentos publicados pelo Wikileaks, em seu site, denúncias anônimas e documentos vazados, com conteúdo sensível em assuntos de interesse público, e sempre preservando o anonimato de suas fontes, tratavam de questões relacionadas às barbaridades cometidas nas guerras desencadeadas pelos Estados Unidos e seus aliados contra o Afeganistão, Iraque, entre muitas outras questões, como a manipulação do impeachment da presidente do Brasil, Dilma Roussef, apoiada por seu vice-presidente Michel Temer.
Vale lembrar que não estamos no século 19, quando o Reino Unido fez o Tratado de Nanquim, assumindo o controle de Hong Kong. Nem antes da guerra do ópio, escravidão em suas colônias, com destaque para a Índia, sua presença cruel no continente africano, os sucessivos assassinatos dentro e fora da corte inglesa. A criação dos Emirados Árabes, Kuait, a implantação da indústria petrolífera no Iraque, a tomada de terras palestinas, a criação da Jordânia, o acidente da princesa de Gales com o árabe Al Fayed, após a denúncia ao mundo, dos inúmeros campos minados que ainda matam crianças, mulheres, homens de boa vontade.
A extradição de Julian Assange está ligada a todos os crimes de Lesa humanidade e ficará na história como uma das decisões mais previsíveis e arbitrárias de todos os tempos, típica de um Parlamento dividido.
Com base em argumentos frágeis, eles colocaram Assange na prisão, extradição para os Estados Unidos.
Cabe a nós continuar lutando pela organização da sociedade, pelo acesso à informação e comunicação em um mundo permanentemente sob vigilância e, sobretudo, pelo direito à livre expressão, direito essencial na luta pelo respeito a todos preservando os direitos humanos.
A batalha de ideias deve ser fortalecida e reforçada na reivindicação dos direitos que foram negados a Julian Assange, exigindo sua libertação imediata.
Exigimos que nos respondam: O QUE FEZ Julian ASSANGE?
Por Marília Guimarães – RedhBrasil
Ao longo das últimas décadas, o Brasil assinou uma série de convenções, tratados e declarações que visam a garantir os direitos humanos fundamentais em nosso país. Apesar disso, diariamente, pessoas sofrem por terem seus direitos violados. São humilhadas, maltratadas e, muitas vezes, assassinadas impunemente. Tais fatos repercutem mundialmente, despertando o interesse de diversas organizações não-governamentais, que se preocupam em garantir os direitos acima mencionados, como a Human Rights Watch, que, anualmente, publica uma reportagem sobre a situação dos direitos humanos em diversos países do mundo, e cujos relatos sobre o Brasil, nos anos de 1996 e 1997, serviram de base para o relato exposto a seguir. Relatório em 1996: O ano de 1996, no Brasil, foi marcado por massacres, violência rural e urbana, más condições penitenciárias e impunidade gritante. No dia 19 de abril, em Eldorado dos Carajás, Pará, a Polícia Militar, com ordem para evitar que cerca de duas mil famílias ocupassem ...