Lá pelos anos 80, na famosa Bodeguita de Rio, no século passado conheci Jandira Fhegalli.
Adentrou na nossa vida como se fosse uma esperança pousada
na janela. Longos papos sobre a dificuldade de reconstruir o Pais amordaçado
pela ditadura que havia levado a tortura
centenas de jovens, assassinado outros tantos e desaparecido com muitos,
passando pelos exiliados que como eu regressara, depois de uma longo dia que durou 21 anos.
Passávamos horas elaborando
etapas que mudassem o rumo da política no Brasil. Foi se forjando dentro do
Partido Comunista do Brasil – PCdB ainda clandestino. Percorreu o melhor
caminho - a luta sindical. Da Associação de
residentes do Hospital de Bonsucesso à Presidente do Sindicato dos Médicos, chegou em 1990 a Deputada Estadual. Poucas
mulheres tiveram uma carreira política tão rica em aprendizado, forte e definitiva.
Era a mulher galgando, conquistando espaço antes exclusivamente masculino. Da
Assembleia Legislativa á Câmara dos deputados
representou seu eleitorado com dignidade , força, luta e coragem invejáveis.
Dias atrás, a encontrei iluminada defendendo a democracia, propondo com muita competência
ser a Prefeita da nossa cidade.
Sabe dos grandes desafios, das dificuldades, do momento
histórico conturbado. Sabe que vai ser difícil governar o Rio de Janeiro, cidade Estado, com seus males
nunca resolvidos.
Centralizada na diversidade cultural – alicerce da
sociedade, saúde, educação é seu ponto de equilíbrio, único mote possível para transformar , dar ao cidadão carioca
aquela paz necessária, aquela tarde tranquila cercado de montanhas, suavizado
pelo verde de suas florestas, beijado eternamente pelo mar.
Assim será. No dia 02 de outubro de 2016, nas primeiras
horas da manhã, os cariocas vão correr as urnas.
Poderão numa sábia decisão fazer desta mulher, médica, baterista, guerreira nata, mãe
extremada, companheira fiel, a primeira mulher a governar a cidade maravilhosa. Excelente pedida.