Pular para o conteúdo principal

RIO DE JANEIRO - 450 ANOS DE MUITA BELEZA,TERNURA E MUTIA LUTA!




O Rio de Janeiro acorda sonolento,  espreguiçando luz  no seu vestido de estrelas. Posso abrir os braços,  alcança-lo, enlaçá-lo e me perder numa longa declaração de amor. Assim há sido cada manhã dos meus amanheceras. Menina  levantava às cinco  para ir ao mar curar a asma que perseguia meus fins de semana. Ficaria curada, argumentara o médico com cara de sabe tudo -  inspirando e respirando  o ar gelado que vinha do mar de Ipanema.  Jovem entre livros, discussões, cineminhas no Paissandú, namorados  enamorados, biquinis, top less  deixando  as  ondas beijarem meu corpo semi nu, papos nas madrugadas da linda Laranjeiras, berço das primeiras inquietudes politicas, discutidas madrugadas a fora na Pracinha São Salvador, Estelita Lins, e Pereira da Silva. 
O ocaso podia nos deparar com Lamarine babo, enamorado do Rio, das suas garotas e do seu charme irresistível, ou do encontro fortuito com Nelson Rodriguez - que insistia na tese absurdamente louca de que mulher gostar é de apanhar.Lá ia eu discutindo com ele  sobre mil e uma formas de complexos masculinos vindos de longe  muito longe, tentando faze-lo mudar de idéia. Qual o quê. Grande dramaturgo nunca perdoou a surra que levou da mãe por alguma resposta atravessada   na adolescência. E, o Beco das Garrafas berço da Bossa Nova, não tão nova, porque a batida de João no violão tinha mais de dez anos, Vinicius de Moraes - o poetinha - deixou as regras rígidas da diplomacia internacional para imortalizar a Garota de Ipanema. Jobim o compositor mais festejado da minha época, compartia seu sucesso com Carlinhos Lyra e tantos outros que por ai andam nas nossas felizes lembranças. E, os sambistas  Nelson Cavaquinho, Cartola, Pixinguinha... As escolas de sambas, os saraus, os passeios nas paneiras. Assim é esta cidade onde o azul não tira a beleza do verde nem mancha a  transparência da espuma que beija suas praias em grande efusões de amor. Havia bondinhos, ônibus elétrico, lotação a mil por hora e a voz intensamente  linda de Maysa. Nosso mundo caia e levantava numa rapidez quântica.
Veio a ditadura e nos tirou a alegria, os risos, os papos, as grandes marchinhas, matou nosso irmãos, companheiros, amigos. Tirou o brilho dos olhos da garota, proibiu os melhores filmes, acinzentou o  céu. 
Sobrevivemos a todas as intemperizes. Rasgamos nossos corações e suturamos com ternura as cicatrizes. Juntamos nossas estrelas embaçadas, polimos  e vamos a cada dia devolvendo este céu , este mar, estas montanhas  ao que vão chegando para viver as mesmas alegrias. Parabéns por todas os dias de felicidades que vivemos  por suas ruas, por suas praias, por suas  montanhas. Vamos  com você querida cidade levando nosso samba. 

Posts Mais Lidos

1996 - Direitos Humanos violados no Brasil e no Mundo

Ao longo das últimas décadas, o Brasil assinou uma série de convenções, tratados e declarações que visam a garantir os direitos humanos fundamentais em nosso país. Apesar disso, diariamente, pessoas sofrem por terem seus direitos violados. São humilhadas, maltratadas e, muitas vezes, assassinadas impunemente. Tais fatos repercutem mundialmente, despertando o interesse de diversas organizações não-governamentais, que se preocupam em garantir os direitos acima mencionados, como a Human Rights Watch, que, anualmente, publica uma reportagem sobre a situação dos direitos humanos em diversos países do mundo, e cujos relatos sobre o Brasil, nos anos de 1996 e 1997, serviram de base para o relato exposto a seguir. Relatório em 1996: O ano de 1996, no Brasil, foi marcado por massacres, violência rural e urbana, más condições penitenciárias e impunidade gritante. No dia 19 de abril, em Eldorado dos Carajás, Pará, a Polícia Militar, com ordem para evitar que cerca de duas mil famílias ocupassem

José Ibrahim- um herói do movimento operário

José Ibrahim- um herói do movimento operário 1968 marcou o século XX como o das revoltas - estudantis operárias, feministas, dos negros, ambientalistas, homossexuais. Todos os protestos sociais e mobilização política que agitaram o mundo como a dos estudantes na França, a Primavera de Praga, o massacre dos estudantes na México, a guerra no Vietnã se completam com as movimentos operários e estudantil no nosso pais. Vivíamos os anos de chumbo, o Brasil também precisava de sua primavera. Em Contagem, região industrial da grande Belo Horizonte, Minas Gerais, abriu caminho as grandes greves metalúrgicas coroada pela de 1968 em Osasco - região industrial de São Paulo onde brasileiros de fibra e consciência, miscigenam suas origens e raízes abalizadas pela particularidade brasileira, em plena luta contra a ditadura militar. Jose Ibrahim, 21 anos, eleito para a direção Sindical, jovem, líder por excelência, simplesmente parou todas as fábricas de Osasco, na época pólo central dos movimentos de

Inez Etienne - única sobrevivente da casa da morte em Petrópolis

Única sobrevivente da Casa da Morte, centro de tortura do regime militar em Petrópolis. Responsável depois pela localização da casa e do médico-torturador Amílcar Lobo. Autora do único registro sobre o paradeiro de Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, que comandou Dilma Rousseff nos tempos da VAR-Palmares. Última presa política a ser libertada no Brasil. Aos 69 anos, Inês Etienne Romeu tem muita história para contar. Mas ainda não pode. Vítima há oito anos de um misterioso acidente doméstico, que a deixou com graves limitações neurológicas, ela luta para recuperar a fala. Cinco meses depois de uma cirurgia com Paulo Niemeyer, a voz saiu firme: DIREITOS HUMANOS: Ministra acredita na aprovação da Comissão da Verdade no primeiro semestre deste ano - Vou tomar banho e esperar a doutora Virgínia. Era a primeira frase completa depois de tanto tempo. Foi dita na manhã de quarta-feira, em Niterói, no apartamento onde Inês trava a mais recente batalha de sua vida. Doutora Virgínia é a fis