O vento que entra pela janela cheirando a chuva traz consigo um quê de tristeza histórica. Hoje, num longínquo 21 de abril de 1792,
o prisioneiro Joaquim José da Silva Xavier o Tiradentes _ é condenado à forca por crime de rebelião e alta traição contra a Soberana D. Maria I. Enforcado em praça pública na cidade do Rio de Janeiro, altivo, cabeça erguida, corpo esquartejado banha de sangue a estrada que leva a Minas Gerais a esperança pela liberdade.
Não aceitar os impostos foi seu crime maior, livrar-se do jugo português seria uma consequência natural através da luta.
Os que participavam da rebelião contra a coroa foram condenados ao exilio, uns executados dias ou anos mais tarde.
Rodopia a história em séculos e séculos de escravidão, devastação do solo, crimes de lesa humanidade.
Desmoronou a coroa, veio a República, passamos por regimes de exceção – duros, pintados com o sangue de seus filhos.
Poetas, estudantes, profissionais liberais, jovens acadêmicos, foram assassinados e conheceram a solidão do exilio.
Hoje, 21 de abril de 2014, trás o muro da Papuda – Brasília – capital do Governo Federal, José Dirceu da Silva – mineiro de Passa Quatro – líder estudantil, banido do país em 1969, ex- exilado, é vitima da perseguição e condenação politica num erro histórico da justiça brasileira.
De Tiradentes aos presos políticos de hoje muda tão-somente as posições do rei e rainha num jogo do xadrez econômico e geopolítico.
José Genoíno – guerrilheiro combatente no Araguaia, Delubio Soares, e Zé Dirceu cometeram o crime de patriotismo. Defenderam a pátria em seus momentos mais difíceis, lutaram e continuam na batalha por um mundo melhor