São Lauras, Marias de todas as cores, Carmens, infinidade de Rosas, Ligias, Carolinas, Saras e Dianas, Barbaras e Anas, em todos os idiomas e definições.Irmãs, amigas, companheiras, sonhadoras, práticas, frágeis, fortes, alegres, tristes, amorosas, desiludidas, amadas, amantes, políticas, poetas, da rua, dos campos, da noite, dos eternos amanheceres,dos por de sol antes e depois das tempestades, das pequenas lembranças, das grandes caricias, do riso, do pranto,... qualquer adjetivo sobrepõe estas mulheres que surgem dos mais distantes recantos do mundo, guerreiras desprendidas das estrelas cadentes e juntam dia a dia pedacinhos de sonhos e vão ao longo dos séculos construindo um mundo melhor.
Assim foi desde a Grécia antiga quando Isis a deusa da magia e da fertilidade, convivia com os artesãos, poetas, escravos em grandes festas precursoras dos dias de alegria que tiveram na enseada fascinante do Atlântico chamada Rio de Janeiro, onde desde o entrudo às escolas de samba transformou os dias de folia no maior espetáculo musical da terra.
Num longe, 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, fizeram uma grande greve, numa pequena cidade perto de Nova York, reivindicando melhores condições de trabalho, salário,tratamento digno foram queimadas vivas num das ações mais violentas das reivindicações femininas.
Anos passaram, na Dinamarca de 1910, conferencistas decidiram que 8 de março passaria ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as tecelãs assassinadas.
Foram as mãos de mulheres portais de entrada da vida no planeta, as mesmas que embalam a vida, manipulam livros, transmitem conhecimento, que fizeram possível desfilar antes nossos olhos extasiados o colorido que adorna a música numa invasão frenética aos nossos sentidos. Foram as mãos de Chiquinha Gonzaga deslizando nas teclas do piano que a marchinha “Abre Alas” abriu o carnaval. Chegou Dona Ivone Lara, veio Leci, e numa sucessão de acordes e harmonia homens e mulheres evoluem na avenida contagiados pelas conquistas ao longo dos séculos. Neste 8 de março, sejam elas passistas, ala das baianas, ou porta – bandeiras a mulher de hoje numa evolução de matizes vence, continua a mesma guerreira.
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