O almoço de Domingo
Mamãe o pessoal está estacionando. Acho que a Teresa vizinha da Norminha veio também – gritou Ana Maria.
Oi mãe – beijinho na testa de leve, esquivando do rosto suado, pelas horas passadas no fogão entre batatas fritas, arroz de forno, frango assado, farofa, macarronada, e uma saladinha esperta.
Oi filho – balbucia a voz cansada daquela que já rodou nos salões de baile, nos braços do marido mas principalmente enlaçada pelo amigo ciumento que pretendia ter sido o escolhido.
Assim foi com Marina. Linda morena como na canção do Caymmi, feliz na juventude, popular no bairro, estudada, desvirginada por Alfredo, o bom moço diferente de Alberto, que queria correr mundo conhecer algo mais, que aos inquietos ela proporciona.
Filhos fortes, lindos, festa para a moçada ansiosa em ser a escolhida, e repetir o ciclo anódino da vida.
Não passaram cinco anos, já três filhos para criar, educar, levar até a faculdade, Alfredo se encantou por Maria Ninguém - a secretaria –
Aparece raríssimas vezes, agora mais porque Maria se foi com João que acabou indo com Mário como se poema fosse de Drummond. Marina lecionou, freqüentou a igreja, costurou nas horas vagas, cozinhou, lavou e passou até o ultimo rapaz terminar a UERJ.
Tem uma pensão raquítica, que só alcança mesmo para ter anorexia. Mas, engordou como louca. do corpo Gabriela, cravo e canela, restou a canela do doce de arroz com leite sua especialidade maior.
Alfredo aparece – fim de semana, feriados trazendo queijo e uma garrafa de vinho. O papo entra noite a dentro, mas amor mesmo que é bom, E faz uma falta danada, nunca está no calendário.
Mãe – grita Pedrinho. Traz o café o jogo vai começar.
Barata tonta, Marina vai da cozinha para a sala num vaivém de pião mal jogado levando e trazendo travessas.
Gollllllllllllllllllllllllllllll.....................
Golllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll........................... Caramba! Essa não valeu.
Cuidado meninos vocês acabando se machucando por causa de um Gollllll! – resmungou Marina
Entre cervejas, Gols, pilhas de prato, detrás do avental o domingo saiu às pressas, porque uns amigos vão passar lá em casa para jogar um gamãozinho.. A senhora sabe como são essas coisas. As mulheres querem trocar idéias, a criançada cair na cama. No próximo, se a gente não for para a casa da Norminha ficamos mais tempo e batemos um papo legal. Nem vai ter jogo do Flamengo!
Voltando do portão, Marina desliga a TV, não enxuga a velha lágrima, fala com ela mesma: amanhã, sem falta vou procurar um curso para preparar-me para a Copa e as Olimpíadas que vão acontecer aqui.
Mamãe o pessoal está estacionando. Acho que a Teresa vizinha da Norminha veio também – gritou Ana Maria.
Oi mãe – beijinho na testa de leve, esquivando do rosto suado, pelas horas passadas no fogão entre batatas fritas, arroz de forno, frango assado, farofa, macarronada, e uma saladinha esperta.
Oi filho – balbucia a voz cansada daquela que já rodou nos salões de baile, nos braços do marido mas principalmente enlaçada pelo amigo ciumento que pretendia ter sido o escolhido.
Assim foi com Marina. Linda morena como na canção do Caymmi, feliz na juventude, popular no bairro, estudada, desvirginada por Alfredo, o bom moço diferente de Alberto, que queria correr mundo conhecer algo mais, que aos inquietos ela proporciona.
Filhos fortes, lindos, festa para a moçada ansiosa em ser a escolhida, e repetir o ciclo anódino da vida.
Não passaram cinco anos, já três filhos para criar, educar, levar até a faculdade, Alfredo se encantou por Maria Ninguém - a secretaria –
Aparece raríssimas vezes, agora mais porque Maria se foi com João que acabou indo com Mário como se poema fosse de Drummond. Marina lecionou, freqüentou a igreja, costurou nas horas vagas, cozinhou, lavou e passou até o ultimo rapaz terminar a UERJ.
Tem uma pensão raquítica, que só alcança mesmo para ter anorexia. Mas, engordou como louca. do corpo Gabriela, cravo e canela, restou a canela do doce de arroz com leite sua especialidade maior.
Alfredo aparece – fim de semana, feriados trazendo queijo e uma garrafa de vinho. O papo entra noite a dentro, mas amor mesmo que é bom, E faz uma falta danada, nunca está no calendário.
Mãe – grita Pedrinho. Traz o café o jogo vai começar.
Barata tonta, Marina vai da cozinha para a sala num vaivém de pião mal jogado levando e trazendo travessas.
Gollllllllllllllllllllllllllllll.....................
Golllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll........................... Caramba! Essa não valeu.
Cuidado meninos vocês acabando se machucando por causa de um Gollllll! – resmungou Marina
Entre cervejas, Gols, pilhas de prato, detrás do avental o domingo saiu às pressas, porque uns amigos vão passar lá em casa para jogar um gamãozinho.. A senhora sabe como são essas coisas. As mulheres querem trocar idéias, a criançada cair na cama. No próximo, se a gente não for para a casa da Norminha ficamos mais tempo e batemos um papo legal. Nem vai ter jogo do Flamengo!
Voltando do portão, Marina desliga a TV, não enxuga a velha lágrima, fala com ela mesma: amanhã, sem falta vou procurar um curso para preparar-me para a Copa e as Olimpíadas que vão acontecer aqui.