custasse o que custasse. Adoraria um cigarro. Adoraria um copo d’água. Peguei a mamadeira e molhei os lábios. As estrelas brilhavam sorridentes. Sorri para elas e lembrei de Bilac: Ora (direis) ouvir estrêlas! Certo perdeste o censo! ... Não só ouvi estrelas, como conversei com elas por toda a madrugada. Falamos do fascínio dos vagalumes que chegam com a noite e se perdem nos primeiros raios de sol; do Cruzeiro do Sul, brilhando nos meus campos cheios de palomas. Das amazonas, do chimarrão compartido, das caatingas fedorentas de morte, dos severinos, da carta de Caminha. Falei da Portela, do Nelson Cavaquinho, do segredo da Ursa Maior, do Henfil, do Caetano, do Gil, e do Chico. Lentamente chegou o sol. Amanhecia. A poesia corria desenfreada, prendendo-se nos feixes avermelhados do céu. Paulatinamente, a tripulação e os passageiros foram despertando. O pouso na cidade do Panamá, às 9h dava início ao recomeço dos problemas anteriores. Reabastecimento, pagamento de taxas alfandegárias,
“Quando o extraordinário se torna cotidiano é a revolução”. Che