Alunos entravam gesticulando sussurrando baixinho. Mauro me esperava com noticias do PCB de que o congresso andava em polvorosa, os bancos em reuniões discutindo saídas emergenciais, até negociações se cogitava entre os 2º e 3º. Exército. Sai direto para a Saúde. O destino das cartilhas da Reforma Agraria nos preocupava. Elas deveiam ser entregues até o 10 de abril.
Todos os acontecimentos indicavam em direção a um golpe da direita. A resistência dos Marinheiros no dia 25 por José Anselmo dos Santos – Cabo Anselmo na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em Benfica, desobedecendo a ordem do Ministro da Marinha Silvio Mota tinha um destino certo. Os golpistas tinham um aliado perfeito para desmantelar no momento oportuno se houvesse resistência. Muitas águas rolaram antes de entendermos os rumos que tomam o poder de uma nação. Forjado diante de tantos olhos o traidor cabo Anselmo.
O clima de crise política e as tensões sociais aumentaram durante todo o dia. Tropas de Minas Gerais e São Paulo aparecem na ruas.
O golpe militar se consolida. Sob o comando do general Mourão Filho, as tropas de Minas marcharam em direção ao Rio de Janeiro e a Brasília. Jango, no Palácio das Laranjeiras decidia seu destino e o do Pais.
Já beirava a madrugada quando voltei a Laranjeiras. Caminhões de lixo impediam a passagem de carros, apenas moradores – ordenavam os militares. Tanques fechavam a entrada ao Parque Guinle que leva ao Palácio das Laranjeiras residência do Presidente da República. Passei o resto da noite na varanda atenta aos movimentos no Palácio. Impraticável conciliar o sono.O destino do Brasil estava sendo traçado.
Jango ainda no Rio recebe o manifesto do General Mourão Filho exigindo sua renúncia. General do Exército, Amaury Kruel Comandante do 2º. Exército adere ao golpe. Carlos Lacerda – Governador do Estado da Guanabara, Ademar de Barros em São Paulo, Magalhães Pinto concordam.
Na manhã de 1º. De abril de 1964, João Goulart deixa o Rio de Janeiro parte para Brasília na tentativa de controlar a situação.Sem o apoio armado dos grupos que o sustinham sai da capital em direção a Porto Alegre.
Auro de Moura Andrade,Presidente do Senado, assumiu o cargo de presidente. Ranieri Mazzili, presidente da Câmara do Deputados, assume a Presidencia. Solidifica a reação conservadora, liderada pelos militares.Os militares assumem o poder
O Ato Institucional Número 1 (AI-1) é decretado no dia 9 de abril - cassa mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos.
A violência toma as ruas, inicia a cassa aos que tentavam dar uma nova cara a este país. Aos amantes da Paz a guerra, aos sonhadores a tortura. A repressão atinge os setores politicamente mais mobilizados à esquerda no espectro político, CGT, a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas e grupos católicos como a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Ação Popular (AP). Milhares de pessoas presas, torturadas. O líder comunista Gregório Bezerra é amarrado e arrastado pelas ruas de Recife.
Começa os anos de chumbo.
Todos os acontecimentos indicavam em direção a um golpe da direita. A resistência dos Marinheiros no dia 25 por José Anselmo dos Santos – Cabo Anselmo na sede do Sindicato dos Metalúrgicos em Benfica, desobedecendo a ordem do Ministro da Marinha Silvio Mota tinha um destino certo. Os golpistas tinham um aliado perfeito para desmantelar no momento oportuno se houvesse resistência. Muitas águas rolaram antes de entendermos os rumos que tomam o poder de uma nação. Forjado diante de tantos olhos o traidor cabo Anselmo.
O clima de crise política e as tensões sociais aumentaram durante todo o dia. Tropas de Minas Gerais e São Paulo aparecem na ruas.
O golpe militar se consolida. Sob o comando do general Mourão Filho, as tropas de Minas marcharam em direção ao Rio de Janeiro e a Brasília. Jango, no Palácio das Laranjeiras decidia seu destino e o do Pais.
Já beirava a madrugada quando voltei a Laranjeiras. Caminhões de lixo impediam a passagem de carros, apenas moradores – ordenavam os militares. Tanques fechavam a entrada ao Parque Guinle que leva ao Palácio das Laranjeiras residência do Presidente da República. Passei o resto da noite na varanda atenta aos movimentos no Palácio. Impraticável conciliar o sono.O destino do Brasil estava sendo traçado.
Jango ainda no Rio recebe o manifesto do General Mourão Filho exigindo sua renúncia. General do Exército, Amaury Kruel Comandante do 2º. Exército adere ao golpe. Carlos Lacerda – Governador do Estado da Guanabara, Ademar de Barros em São Paulo, Magalhães Pinto concordam.
Na manhã de 1º. De abril de 1964, João Goulart deixa o Rio de Janeiro parte para Brasília na tentativa de controlar a situação.Sem o apoio armado dos grupos que o sustinham sai da capital em direção a Porto Alegre.
Auro de Moura Andrade,Presidente do Senado, assumiu o cargo de presidente. Ranieri Mazzili, presidente da Câmara do Deputados, assume a Presidencia. Solidifica a reação conservadora, liderada pelos militares.Os militares assumem o poder
O Ato Institucional Número 1 (AI-1) é decretado no dia 9 de abril - cassa mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos.
A violência toma as ruas, inicia a cassa aos que tentavam dar uma nova cara a este país. Aos amantes da Paz a guerra, aos sonhadores a tortura. A repressão atinge os setores politicamente mais mobilizados à esquerda no espectro político, CGT, a União Nacional dos Estudantes (UNE), as Ligas Camponesas e grupos católicos como a Juventude Universitária Católica (JUC) e a Ação Popular (AP). Milhares de pessoas presas, torturadas. O líder comunista Gregório Bezerra é amarrado e arrastado pelas ruas de Recife.
Começa os anos de chumbo.