Pular para o conteúdo principal

João Goulart - o Jango - março de 1964

No Bairro da Saúde o barulho incessante das offsets enchiam as ruas de uma musicalidade bem diferente das charretes do tempo do império. Coloríamos um Brasil campeão do mundo, um cinema novo, o Bim- Bom da Bossa Nova – intercalada com o canto falado de João Gilberto, a nova capital exuberante traçada por Niemeyer surpreendendo o mundo e um outro João - o Goulart – Presidente do pais defendendo na Central do Brasil, naquele março de 1964 as reformas de base. Desacelerar a inflação e acelerar o crescimento, plano audacioso para os setores sindicais e organizações nacionalistas.
O comício das reformas gerou um verdadeiro embate político e ideológico no país. Tempo de democracia autêntica no Brasil. Os Jovens universitários e secundaristas punham o movimento estudantil no auge do reconhecimento: forte, ativo, bem articulado e com grande força na opinião pública. A CGT – Comando Geral dos trabalhadores valorizava a classe operária reivindicando direitos trabalhistas, crescendo em independência e autonomia.
Francisco Julião organizava os camponeses, distribuía as terras improdutivas em Pernambuco. Era a reforma agrária que tomava forma de liberdade.
Na espreita, dos movimentos engendrados pela sociedade civil organizada, a elite brasileira apavorada por passar a cumprir um papel secundário no cenário político, ameaçava romper o controle das classes dominantes sobre o processo de desenvolvimento.
Aumentava a oposição ao governo. Goulart perdia suas bases na burguesia, porem não desistia. O Plano Trienal centrado nas reformas de base agrária, fiscal, educacional, bancária e eleitoral eram necessárias ao desenvolvimento de um capitalismo nacional e progressista.
Forças democráticas e oposicionistas travavam uma batalha cinzenta dentro das instituições fossem elas governamentais ou não.
As máquinas imprimiam folhas e mais folhas da cartilha da reforma agrária numa corrida apressada para compensar o do tempo das sesmarias e da história traída.

Posts Mais Lidos

1996 - Direitos Humanos violados no Brasil e no Mundo

Ao longo das últimas décadas, o Brasil assinou uma série de convenções, tratados e declarações que visam a garantir os direitos humanos fundamentais em nosso país. Apesar disso, diariamente, pessoas sofrem por terem seus direitos violados. São humilhadas, maltratadas e, muitas vezes, assassinadas impunemente. Tais fatos repercutem mundialmente, despertando o interesse de diversas organizações não-governamentais, que se preocupam em garantir os direitos acima mencionados, como a Human Rights Watch, que, anualmente, publica uma reportagem sobre a situação dos direitos humanos em diversos países do mundo, e cujos relatos sobre o Brasil, nos anos de 1996 e 1997, serviram de base para o relato exposto a seguir. Relatório em 1996: O ano de 1996, no Brasil, foi marcado por massacres, violência rural e urbana, más condições penitenciárias e impunidade gritante. No dia 19 de abril, em Eldorado dos Carajás, Pará, a Polícia Militar, com ordem para evitar que cerca de duas mil famílias ocupassem

José Ibrahim- um herói do movimento operário

José Ibrahim- um herói do movimento operário 1968 marcou o século XX como o das revoltas - estudantis operárias, feministas, dos negros, ambientalistas, homossexuais. Todos os protestos sociais e mobilização política que agitaram o mundo como a dos estudantes na França, a Primavera de Praga, o massacre dos estudantes na México, a guerra no Vietnã se completam com as movimentos operários e estudantil no nosso pais. Vivíamos os anos de chumbo, o Brasil também precisava de sua primavera. Em Contagem, região industrial da grande Belo Horizonte, Minas Gerais, abriu caminho as grandes greves metalúrgicas coroada pela de 1968 em Osasco - região industrial de São Paulo onde brasileiros de fibra e consciência, miscigenam suas origens e raízes abalizadas pela particularidade brasileira, em plena luta contra a ditadura militar. Jose Ibrahim, 21 anos, eleito para a direção Sindical, jovem, líder por excelência, simplesmente parou todas as fábricas de Osasco, na época pólo central dos movimentos de

Inez Etienne - única sobrevivente da casa da morte em Petrópolis

Única sobrevivente da Casa da Morte, centro de tortura do regime militar em Petrópolis. Responsável depois pela localização da casa e do médico-torturador Amílcar Lobo. Autora do único registro sobre o paradeiro de Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, que comandou Dilma Rousseff nos tempos da VAR-Palmares. Última presa política a ser libertada no Brasil. Aos 69 anos, Inês Etienne Romeu tem muita história para contar. Mas ainda não pode. Vítima há oito anos de um misterioso acidente doméstico, que a deixou com graves limitações neurológicas, ela luta para recuperar a fala. Cinco meses depois de uma cirurgia com Paulo Niemeyer, a voz saiu firme: DIREITOS HUMANOS: Ministra acredita na aprovação da Comissão da Verdade no primeiro semestre deste ano - Vou tomar banho e esperar a doutora Virgínia. Era a primeira frase completa depois de tanto tempo. Foi dita na manhã de quarta-feira, em Niterói, no apartamento onde Inês trava a mais recente batalha de sua vida. Doutora Virgínia é a fis