Pular para o conteúdo principal

Pablo - rodopia entre a terrnura e a alegria

Fim da segunda semana de escola do meu querido Pablo. Decidi ir buscá-lo junto com Marcello. Ë importante está presença, estes pequenos detalhes que ficam marcados por toda a vida. Gosto de detalhes, cuidados delicados, toques inesquecíveis. Assim são os leoninos bravos, guerreiros, solidários e de uma delicada ternura. Sei da importância para Pablo deste gesto. Sei da alegria eufórica que me invade toda com seu olhar, sua mãozinha pegada a minha, o biscoito social club – adorei este nome me lembra a minha ilha cravada no Caribe.
Aproximava às 17:30 hora da saída. Discretos acercamos a porta da sala onde crianças naquela algazarra que lhes é peculiar esperavam seus pais. De pronto - um grito de alegria - tão alto, tão forte que o silêncio se fez presente em todas as vozes .. vooooooooooooooooovvovó ... Pablo que todavia não fala corrente sai dos braços da professorinha tropeçando entre mochilas, bolas, subiu a portinhola que os separa do pátio, atirou em meus braços, apertando meu pescoço, beijando de um lado, e do outro num encontro só possível na cumplicidade que temos desde os 1os dias. No Vinagrito – canção cubana de um lindo gatinho – no passeio diário pela galeria de quadros adornando a parede de nossa casa, nos passinhos de lá para cá na cabeceira da cama olhando embevecido um lindo desenho de Orozco . Nas canções de roda que nunca saem de moda. Nas pedrinhas daquela rua que se fosse minha eu mandaria ladrilhar com brilhantes somente para o Pablo passar. Nas canções de Silvio embalando seu sono, nos sons de todos os pássaros criados por Augusto para suas netinhas, nos milhares de beijos que fui deixando em seu corpinho, durante meses em que passamos juntos.
Nos falta muitas alegrias. Uma delas caminhar pelo murinho como fazia com Marcello e Eduardo num passado tão perto,ainda no exílio, todas as manhãs em direção ao Malecón para mandar pelas ondas recados para a pátria amada.
Apesar do homem ter mudado muito pouco existe um a possibilidade imensa de que o seu mundo seja melhor.

Posts Mais Lidos

1996 - Direitos Humanos violados no Brasil e no Mundo

Ao longo das últimas décadas, o Brasil assinou uma série de convenções, tratados e declarações que visam a garantir os direitos humanos fundamentais em nosso país. Apesar disso, diariamente, pessoas sofrem por terem seus direitos violados. São humilhadas, maltratadas e, muitas vezes, assassinadas impunemente. Tais fatos repercutem mundialmente, despertando o interesse de diversas organizações não-governamentais, que se preocupam em garantir os direitos acima mencionados, como a Human Rights Watch, que, anualmente, publica uma reportagem sobre a situação dos direitos humanos em diversos países do mundo, e cujos relatos sobre o Brasil, nos anos de 1996 e 1997, serviram de base para o relato exposto a seguir. Relatório em 1996: O ano de 1996, no Brasil, foi marcado por massacres, violência rural e urbana, más condições penitenciárias e impunidade gritante. No dia 19 de abril, em Eldorado dos Carajás, Pará, a Polícia Militar, com ordem para evitar que cerca de duas mil famílias ocupassem

José Ibrahim- um herói do movimento operário

José Ibrahim- um herói do movimento operário 1968 marcou o século XX como o das revoltas - estudantis operárias, feministas, dos negros, ambientalistas, homossexuais. Todos os protestos sociais e mobilização política que agitaram o mundo como a dos estudantes na França, a Primavera de Praga, o massacre dos estudantes na México, a guerra no Vietnã se completam com as movimentos operários e estudantil no nosso pais. Vivíamos os anos de chumbo, o Brasil também precisava de sua primavera. Em Contagem, região industrial da grande Belo Horizonte, Minas Gerais, abriu caminho as grandes greves metalúrgicas coroada pela de 1968 em Osasco - região industrial de São Paulo onde brasileiros de fibra e consciência, miscigenam suas origens e raízes abalizadas pela particularidade brasileira, em plena luta contra a ditadura militar. Jose Ibrahim, 21 anos, eleito para a direção Sindical, jovem, líder por excelência, simplesmente parou todas as fábricas de Osasco, na época pólo central dos movimentos de

Inez Etienne - única sobrevivente da casa da morte em Petrópolis

Única sobrevivente da Casa da Morte, centro de tortura do regime militar em Petrópolis. Responsável depois pela localização da casa e do médico-torturador Amílcar Lobo. Autora do único registro sobre o paradeiro de Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto, que comandou Dilma Rousseff nos tempos da VAR-Palmares. Última presa política a ser libertada no Brasil. Aos 69 anos, Inês Etienne Romeu tem muita história para contar. Mas ainda não pode. Vítima há oito anos de um misterioso acidente doméstico, que a deixou com graves limitações neurológicas, ela luta para recuperar a fala. Cinco meses depois de uma cirurgia com Paulo Niemeyer, a voz saiu firme: DIREITOS HUMANOS: Ministra acredita na aprovação da Comissão da Verdade no primeiro semestre deste ano - Vou tomar banho e esperar a doutora Virgínia. Era a primeira frase completa depois de tanto tempo. Foi dita na manhã de quarta-feira, em Niterói, no apartamento onde Inês trava a mais recente batalha de sua vida. Doutora Virgínia é a fis