O Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro, hoje Fundação GEO-RIO, órgão da Secretaria Municipal de Obras da Prefeitura, foi criado em 12 de maio de 1966, pelo Decreto nº 609, assinado pelo então Governador do Estado da Guanabara, embaixador Francisco Negrão de Lima. O Instituto nasceu a partir de uma forte demanda popular que sofrera com as chuvas excepcionais que castigaram a Cidade no mês de janeiro daquele ano. Naquele verão, os acidentes geotécnicos nas encostas cariocas foram contabilizados às centenas, com um saldo de 70 mortos e mais de 500 feridos, deixando, por alguns dias, a Cidade Maravilhosa em situação calamidade pública, fato que gerou forte repercussão nacional e internacional.
Dentre as várias atribuições legais que o novo órgão teria, destacava-se a elaboração de planos emergenciais e de longo prazo para a proteção das encostas: todas as situações de risco deveriam ser cadastradas e as providências executadas para a suas eliminações. Para tanto, reuniu-se um quadro técnico de especialistas, principalmente engenheiros civis e geólogos, que se dedicaram à Cidade, diuturnamente, naqueles primeiros meses após a catástrofe. O pioneirismo mundial deste órgão público, aliado ao conhecimento e ao empreendedorismo de seu quadro técnico, levou, em pouco tempo, ao seu reconhecimento como órgão geotécnico de excelência a nível mundial.
Naqueles primeiros anos de vida do Instituto de Geotécnica, a Cidade passou a admirar e a se acostumar com as obras públicas de contenção – verdadeiras esculturas em concreto e aço - que se multiplicavam nos pontos mais inacessíveis das encostas. Além das obras, o recém criado órgão ficou responsável pelos levantamentos e cadastramentos das características geológico-geotécnicas dos solos, das rochas e das jazidas de materiais de construção do Estado da Guanabara e pelo maior rigor a ser aplicado nas análises para aprovação, licenciamento e fiscalização dos projetos contenção de encostas e de exploração de jazidas da iniciativa privada. Tornava-se realidade, pela primeira vez na história da Cidade do Rio de Janeiro, a implantação de uma política racional de ocupação das encostas a qual, capitaneada pelo Instituto de Geotécnica, estabelecia os critérios técnicos na definição das áreas sujeitas a risco de deslizamento.
A inquestionável necessidade desta nova política de ocupação foi ratificada cerca de nove meses após a criação do Instituto de Geotécnica. Em fevereiro de 1967, quando a Cidade já começava a notar os primeiros frutos do novíssimo órgão, ou seja, a execução de 39 obras de contenção, com o desenvolvimento de metodologias pioneiras para a execução das mesmas em locais de difícil acesso e grande altitude, novas chuvas torrenciais caíram sobre a Cidade. Naquela tragédia de 1967, cerca de 100 pessoas perderam a vida em decorrência de acidentes geológicos nas encostas, casas e ruas foram destruídas e nova situação de calamidade se instalou em diversos bairros. Não obstante as novas dificuldades imputadas por aquele trágico evento chuvoso do mês de fevereiro, ao final do ano de 1967, o Instituto de Geotécnica já havia concluído mais 50 obras de contenção, aumentado significativamente o nível de segurança das encostas cariocas.
Durante o período entre a criação do Instituto de Geotécnica (em 1966) e a criação da Fundação GEO-RIO (em 1992), o órgão responsável pelas encostas da Cidade do Rio de Janeiro passou por várias modificações em seu status administrativo. Em 1973, O Instituto de Geotécnica passou a se chamar Superintendência de Geotécnica e em 1975, com a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, passou a ser a Diretoria de Geotécnica, órgão subordinado à Secretaria Municipal de Obras. Em 1979, uma nova reformatação do órgão lhe rebatizou como Superintendência de Geotécnia e em 1986, voltou ao status de Diretoria de Geotécnica. Não obstante tais modificações, muito do seu quadro técnico permaneceu no órgão, o que lhe imputou um extraordinário conhecimento da problemática das encostas e uma grande agilidade na definição e execução das obras de contenção.
Em fevereiro de 1988, particularmente entre os dias 18 e 21 daquele mês, um novo evento de chuvas torrenciais ocorreu na Cidade. Somente naquele curto período, precipitações pluviométricas de até 449 mm em 4 dias e de 177mm em 24h foram registradas em diferentes pontos do Município, em especial nos bairros que abrangem e circunvizinham o Maciço Montanhoso da Tijuca. Como conseqüências, centenas de acidentes geológicos ocorreram nas encostas cariocas e 58 vítimas fatais foram contabilizadas. Dentre os acidentes mais graves com vítimas fatais, destacaram-se as ocorrências no Morro da Formiga no bairro da Tijuca, no Morro Santa Marta, em Botafogo e em Santa Tereza, onde um deslizamento catastrófico atingiu a Clínica Santa Genoveva. Uma vez mais a “Geotécnica”, nome popular do órgão naquela época, foi convocada a atuar diuturnamente para atender os mais de 1200 pedidos de vistorias de encostas solicitados pela população. A partir daquele evento, o Instituto de Geotécnica iniciou um período de grande desenvolvimento, com a execução de um número elevado de obras e a ampliação de seu quadro de funcionários técnicos. Junto ao “sangue novo” vieram as novas tecnologias. O órgão, concomitantemente à execução de dezenas de obras de estabilização e drenagem, iniciou seu processo de informatização, elaborou o primeiro mapa de risco do Município e implantou programas pilotos de monitoramento automático, geotécnico e pluviométrico, nas encostas.
O ano de 1996 também correspondeu a um importante marco na história do órgão. Durante mais um período de intensas chuvas, registradas nos dias 13 e 14 de fevereiro, um grande número de acidentes aconteceu, em particular nas zonas sul e oeste da Cidade. Precipitações superiores a 190mm em 7 horas foram registradas nos bairros do Alto da Boa Vista e do Jardim Botânico. Corridas de massa - que constituem o tipo de escorregamento com maior potencial destrutivo – ocorreram em vários trechos dos maciços montanhosos da Tijuca e da Pedra Branca, destruindo centenas de moradias e ceifando a vida de 52 pessoas. Como conseqüência direta da catástrofe, um novo afluxo de técnicos e de investimentos se verificou na já, então, Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro, ou, simplesmente, GEO-RIO como passou a ser conhecida. Nos anos que se seguiram a 1996, a GEO-RIO, além de suas atribuições cotidianas, experimentou uma nova fase de desenvolvimento: novas técnicas de contenção, utilizando materiais alternativos como pneus e fibras vegetais, foram testadas e aplicadas; metodologias para mapeamentos geológico-geotécnicos e de risco em escalas de detalhe foram desenvolvidas e executadas em dezenas de encostas ocupadas; delimitações físicas de áreas de risco foram implementadas e a Cidade passou a contar com um pioneiro sistema de alerta de chuvas intensas e de deslizamentos em encostas, o Sistema Alerta Rio, hoje referência nacional e internacional em termos de sistema de alerta.
Com mais de quatro décadas de atuação direta nos problemas geológicos e geotécnicos da Cidade do Rio de Janeiro e, em particular, nas suas áreas montanhosas, a Fundação GEO-RIO vem zelosamente cumprindo suas atribuições específicas e traz em seu currículo mais de 3000 obras de contenção, projetadas e executadas no Território Municipal. Ciente da importância do órgão para a melhoria da qualidade de vida da população e no planejamento da ocupação urbana do Município do Rio de Janeiro, seu quadro de funcionários se esforça para manter o elevado grau de qualidade dos serviços prestados pela GEO-RIO, que já alcançou a condição de “patrimônio técnico” dos brasileiros.
Fundação Instituto de Geotécnica
Cpo. de S. Cristóvão, 268, 1º e 3º andares
Te.: 3878-7878 / Fax: 3878-7850
e-mail: georio@pcrj.rj.gov.br
Dentre as várias atribuições legais que o novo órgão teria, destacava-se a elaboração de planos emergenciais e de longo prazo para a proteção das encostas: todas as situações de risco deveriam ser cadastradas e as providências executadas para a suas eliminações. Para tanto, reuniu-se um quadro técnico de especialistas, principalmente engenheiros civis e geólogos, que se dedicaram à Cidade, diuturnamente, naqueles primeiros meses após a catástrofe. O pioneirismo mundial deste órgão público, aliado ao conhecimento e ao empreendedorismo de seu quadro técnico, levou, em pouco tempo, ao seu reconhecimento como órgão geotécnico de excelência a nível mundial.
Naqueles primeiros anos de vida do Instituto de Geotécnica, a Cidade passou a admirar e a se acostumar com as obras públicas de contenção – verdadeiras esculturas em concreto e aço - que se multiplicavam nos pontos mais inacessíveis das encostas. Além das obras, o recém criado órgão ficou responsável pelos levantamentos e cadastramentos das características geológico-geotécnicas dos solos, das rochas e das jazidas de materiais de construção do Estado da Guanabara e pelo maior rigor a ser aplicado nas análises para aprovação, licenciamento e fiscalização dos projetos contenção de encostas e de exploração de jazidas da iniciativa privada. Tornava-se realidade, pela primeira vez na história da Cidade do Rio de Janeiro, a implantação de uma política racional de ocupação das encostas a qual, capitaneada pelo Instituto de Geotécnica, estabelecia os critérios técnicos na definição das áreas sujeitas a risco de deslizamento.
A inquestionável necessidade desta nova política de ocupação foi ratificada cerca de nove meses após a criação do Instituto de Geotécnica. Em fevereiro de 1967, quando a Cidade já começava a notar os primeiros frutos do novíssimo órgão, ou seja, a execução de 39 obras de contenção, com o desenvolvimento de metodologias pioneiras para a execução das mesmas em locais de difícil acesso e grande altitude, novas chuvas torrenciais caíram sobre a Cidade. Naquela tragédia de 1967, cerca de 100 pessoas perderam a vida em decorrência de acidentes geológicos nas encostas, casas e ruas foram destruídas e nova situação de calamidade se instalou em diversos bairros. Não obstante as novas dificuldades imputadas por aquele trágico evento chuvoso do mês de fevereiro, ao final do ano de 1967, o Instituto de Geotécnica já havia concluído mais 50 obras de contenção, aumentado significativamente o nível de segurança das encostas cariocas.
Durante o período entre a criação do Instituto de Geotécnica (em 1966) e a criação da Fundação GEO-RIO (em 1992), o órgão responsável pelas encostas da Cidade do Rio de Janeiro passou por várias modificações em seu status administrativo. Em 1973, O Instituto de Geotécnica passou a se chamar Superintendência de Geotécnica e em 1975, com a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, passou a ser a Diretoria de Geotécnica, órgão subordinado à Secretaria Municipal de Obras. Em 1979, uma nova reformatação do órgão lhe rebatizou como Superintendência de Geotécnia e em 1986, voltou ao status de Diretoria de Geotécnica. Não obstante tais modificações, muito do seu quadro técnico permaneceu no órgão, o que lhe imputou um extraordinário conhecimento da problemática das encostas e uma grande agilidade na definição e execução das obras de contenção.
Em fevereiro de 1988, particularmente entre os dias 18 e 21 daquele mês, um novo evento de chuvas torrenciais ocorreu na Cidade. Somente naquele curto período, precipitações pluviométricas de até 449 mm em 4 dias e de 177mm em 24h foram registradas em diferentes pontos do Município, em especial nos bairros que abrangem e circunvizinham o Maciço Montanhoso da Tijuca. Como conseqüências, centenas de acidentes geológicos ocorreram nas encostas cariocas e 58 vítimas fatais foram contabilizadas. Dentre os acidentes mais graves com vítimas fatais, destacaram-se as ocorrências no Morro da Formiga no bairro da Tijuca, no Morro Santa Marta, em Botafogo e em Santa Tereza, onde um deslizamento catastrófico atingiu a Clínica Santa Genoveva. Uma vez mais a “Geotécnica”, nome popular do órgão naquela época, foi convocada a atuar diuturnamente para atender os mais de 1200 pedidos de vistorias de encostas solicitados pela população. A partir daquele evento, o Instituto de Geotécnica iniciou um período de grande desenvolvimento, com a execução de um número elevado de obras e a ampliação de seu quadro de funcionários técnicos. Junto ao “sangue novo” vieram as novas tecnologias. O órgão, concomitantemente à execução de dezenas de obras de estabilização e drenagem, iniciou seu processo de informatização, elaborou o primeiro mapa de risco do Município e implantou programas pilotos de monitoramento automático, geotécnico e pluviométrico, nas encostas.
O ano de 1996 também correspondeu a um importante marco na história do órgão. Durante mais um período de intensas chuvas, registradas nos dias 13 e 14 de fevereiro, um grande número de acidentes aconteceu, em particular nas zonas sul e oeste da Cidade. Precipitações superiores a 190mm em 7 horas foram registradas nos bairros do Alto da Boa Vista e do Jardim Botânico. Corridas de massa - que constituem o tipo de escorregamento com maior potencial destrutivo – ocorreram em vários trechos dos maciços montanhosos da Tijuca e da Pedra Branca, destruindo centenas de moradias e ceifando a vida de 52 pessoas. Como conseqüência direta da catástrofe, um novo afluxo de técnicos e de investimentos se verificou na já, então, Fundação Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro, ou, simplesmente, GEO-RIO como passou a ser conhecida. Nos anos que se seguiram a 1996, a GEO-RIO, além de suas atribuições cotidianas, experimentou uma nova fase de desenvolvimento: novas técnicas de contenção, utilizando materiais alternativos como pneus e fibras vegetais, foram testadas e aplicadas; metodologias para mapeamentos geológico-geotécnicos e de risco em escalas de detalhe foram desenvolvidas e executadas em dezenas de encostas ocupadas; delimitações físicas de áreas de risco foram implementadas e a Cidade passou a contar com um pioneiro sistema de alerta de chuvas intensas e de deslizamentos em encostas, o Sistema Alerta Rio, hoje referência nacional e internacional em termos de sistema de alerta.
Com mais de quatro décadas de atuação direta nos problemas geológicos e geotécnicos da Cidade do Rio de Janeiro e, em particular, nas suas áreas montanhosas, a Fundação GEO-RIO vem zelosamente cumprindo suas atribuições específicas e traz em seu currículo mais de 3000 obras de contenção, projetadas e executadas no Território Municipal. Ciente da importância do órgão para a melhoria da qualidade de vida da população e no planejamento da ocupação urbana do Município do Rio de Janeiro, seu quadro de funcionários se esforça para manter o elevado grau de qualidade dos serviços prestados pela GEO-RIO, que já alcançou a condição de “patrimônio técnico” dos brasileiros.
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