O Brasil e o mundo festejaram Oscar Niemeyer
Regado à música brasileira, alegria, uma grande dose de desejo de longevidade o Brasil foi cumprimentar seu arquiteto maior, seu amigo, seu militante. O brasileiro que imortalizou as curvas de nossas montanhas, a beleza da mulher brasileira, o sentimento pátrio dando vida e beleza ao concreto recebia radiante seus amigos. Cada qual, com sua história, lembranças de quase séculos outras de poucos dias fizeram do dia 15 de dezembro de 2007, um dia inesquecível.
Ao cumprimentar o Ministro do Esporte – Orlando Silva, reafirmou sua crença no Triunfo da Revolução no Brasil. - Sim. Veremos este dia, afirmou sorrindo.
Oscar como “suele ser” nos emocionou com sua força, sua extrema ternura, sua determinação, sua vontade férrea de mudar a sociedade, onde um dia o homem poderá conviver em plena harmonia, tal qual sua obra.
Como diz Saramago em seu lindo depoimento no livro organizado pelo Comitê de Defesa da Humanidade – Capitulo Rio de Janeiro - “Nós, portugueses, nós, brasileiros (acabo de comprová-lo no Aurélio) não cumprimos anos, fazemo-los. Já se pensou no bonito que é mexer no tempo, empurrá-lo, estendê-lo, empurrá-lo, e a isto chamo eu vida, e de repente começar a receber e-mails, cartas, chamadas telefônicas de parentes e amigos que nos dizem: Parabéns, mais um ano . E nós respondemos: Bom trabalho me deu, mas aí está, feito . Aí estão agora estes cem, feitos por Oscar Niemeyer, amassados de todas as esperanças e razões do mundo, entregues nas mãos do futuro...”
... A Glória e a fama não ofuscaram o gênio e a integridade de Niemeyer. Continua ativo e criativo, sempre aliando a arte e o viver à ação política e a defesa dos ideais de solidariedade e de justiça social...” frisou o Presidente Lula.
“Darcy Ribeiro disse certa vez que o único de nós a ser lembrado no futuro será Oscar Niemeyer. A única coisa concreta que restará dos nossos tempos num futuro remoto será a obra indelével desse gênio da arquitetura mundial... “ relembrou Liszt Vieira.
Oscar, biologicamente pode fazer 100 anos. Oscar – o arquiteto que deu curvas ao concreto, todos os dias, a cada manhã banha-se de sonhos, cria, estuda, discute o mundo em que vivemos, rebela contra as injustiças sociais, vai e volta num recomeçar infinito prenhando de certezas e amor pela sua arte maior – a crença de que a cada dia, é o dia que construiremos um mundo melhor para todos.
Pelos seus sonhos;
Pelas formas do nosso país imortalizadas no mundo, e nas nossas cidades;
Pela coerência revolucionária;
Pela inconfundível concretude definindo a própria vida – uma entrada, uma curva, uma saída;
Pela vida;
Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 2007
Marilia Guimarães